quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A culinária cigana

  


A culinária cigana é rica e diversificada, muito embora pouco descrita. Durante séculos, o regime marcadamente animal de nossa alimentação, incrementou muitas ideias corrente sobre nosso povo. Relacionava-se o consumo de alimentos de origem animal com uma “prodigiosa força física”, embora nos concedesse um valor moral negativo: aqueles que consumiam predominantemente este tipo de comida, (como também os gaúchos) estavam associados pelos higienistas à maldade, à perversidade, ao gosto pela pilhagem e por assassinatos e à pouca inteligência. No entanto, a história ressalva, que a base da dieta dos ciganos em viagem não diferia muito da dos tropeiros, composta de: carne seca, feijão, angu ou farinha de milho ou mandioca, arroz, eventualmente aguardente, ou melaço como sobremesa.

No século XIX, com o crescente avanço da pecuária, por exemplo, em Minas Gerais, possibilitou aos ciganos, incorporar o leite e os queijos a sua alimentação, em virtude das negociações que mantiam com fazendeiros e sitiantes.
Entre os ciganos nômades, tanto a mesa quanto os talheres inexistiam, às vezes faltando até pratos. Eram improvisadas gamelas e outros utensílios, mas comiam com as mãos. Em alguns grupos as facas eram mais comuns, pois podiam ser usadas tanto para cortar quanto para introduzir o alimento na boca. Os alimentos eram cozinhados nos acampamentos, fixando-se três paus unidos pelas pontas para formarem uma tripeça, na qual se alocava o caldeirão ou tacho.

Variando de grupo para grupo segundo suas linhagens, regiões de assentamentos, influências locais etc., apresento alguns dos principais alimentos predominantes e os pratos da culinária cigana, porém sem divulgar o modo de preparo.


Pratos ciganos de origem grega. indiana, africana, espanhola, e brasileira.
Abaixo listados estaremos disponibilizando algumas comidas tradicionais muito utilizadas nas slavas (festas ciganas)

Cozidos:
  • Manouche: feijões vermelhos grandes, pedaços de carne e de ossos de pernil de porco, alhos-poró em pedaços, salsão com as folhas em pedaços, alhos comuns inteiros, cenouras e batatas cortadas em pedaços grandes, repolho cortado em 6 partes, cenouras, cebola cortada em duas partes, sal e pimenta-do-reino (moída na hora) a gosto; arroz branco que deve ser incorporado na última etapa do cozimento.
  • Goulash: cozido de arroz, batata, pedaços de carne bovina e páprica ardida.
  • Paprikach: costela defumada (bovina ou suína) e bacon ao molho vermelho de tomate e pimentão com batatas pequenas, cozidas na casca e páprica doce.
  • Sarmá: arroz com lentilha, carne seca desfiada e nozes.
  • Sarmali: pedaços de carne macia, de boi, pedaços de carne de porco (carne das costelas ou lombo), picar com facão e misturar ao cary, pimenta-do-reino, sal, salsa, cebolinha, colher de sopa de banha de torresmo. Adiciona-se folhas de repolho previamente cozidas sem amolecê-las, formando embrulhos quadrados.
  • Sarmy-Salmava: charutos ou rolinhos feitos em folha de repolho recheados com lombo ou carne bovina moída, azeitonas, bacon e molho dourado e/ou em folha de uva com recheio de bacalhau.
  • Cabén le maslo sar grane: milho de canjica (branco e amarelo) com carne seca, lingüiça e bacon.
  • Roletes: carne bovina ou frango com pedaços de cebola, pimentão (verde e amarelo) e tomate.
  • Kraknie: frango com cerveja preta.
  • Bucho de balichô recheado: 1 bucho de porco, água, limão e bicarbonato, farofa de miúdos de porco, sal e pimentas a gosto, gordura de porco para fritar.


Assados e frituras

Carnes de boi, de porco, de carneiro, de cabrito, aves e peixes. Antigamente, grelhados de forno assados hoje em panelas, eram assados no braseiro, em espetos de madeira aromática. Já a carne de carneiro deve ser raspada com as costas da faca, de véspera, sendo esfregada com hortelã verde, só removido no dia seguinte com vinho branco meio seco com sal.
  • Bakró: pernil de carneiro.
  • Cabrito frito: com arroz e brócolis (lentilha ou nozes).
  • Balo (pernil de leitoa): 1 leitoa de aproximadamente 6 quilos limpa, sal, alho, pimentas malagueta e do reino, óleo de soja. Assar, preferencialmente em forno de lenha.
  • Balichô na gordura: 1 lombo, sal, alho, pimentas malaguetas e do reino a gosto, salsa, cebolinha e coentro.
  • Sharch: costeletas de lombo de porco em pedaços, com pedaços grandes de carne de boi macia, metades de toucinho de fumeiro, pedaços carnudos de frangos, metades de codornas ou borrachos, cebolas inteiras de conserva.
  • Torresmo Calon: 5 quilos de toucinho com pele, sal, alho, pimenta do reino, 6 colheres (sopa) de álcool.

Peixes e crustáceos

  • Os alimentos do mar devem ser marinados com vinho branco ácido, grão de coentro socados e cary (ocuri dos indianos).
  • Peruá ou cação: frito com fubá ou farinha de rosca, leite de coco, arroz (empapado) salsa, coentro, cebolinha, limão, molho inglês.
  • Camarão ou lagostim seco: deve ser preparado em tacho de cobre bem limpo. Antigamente aquecia-se o tacho em fogueira. Ingredientes: sal grosso, folhas de louro verdes e secas. Deve ser mexido com colher de pau até desaparecer a espuma. Depois se retira e espalha-se para secar ao sol. Deve ser servido na folha de repolho...
  • Bacalhau calon (ou espanhol): ½ quilo de bacalhau demolhado, 4 pimentões verdes, ½ quilo de tomate, 3 alhos picados, 2 colheres de chá de açúcar, farinha de trigo, sal a gosto e pimenta malagueta a gosto.
  • Ensopado de caranguejo (ou siri): 2 “cordas” (preferencialmente de caranguejo), sal grosso, molho inglês, limão e queijo ralado.
Massas:
  • Malay: pão de milho.
  • Manrô-Kolako: pão redondo de farinha de trigo.
  • Mamalyga: polenta, linguiça mista e bacon.
  • Naut: grão de bico, linguiça, bacon, salsa, cebolinha, coentro e farinha.
  • Papuchá: pirão de milho.
  • Pão da Baba (ou de Santa Sara): 100 gramas de fermento biológico, 1 litro de leite morno (quase quente), 1 quilo de farinha de trigo, 150 gramas de margarina, sal, açúcar. Misturar entre as mãos até “borbulhar”. bater a massa por 3 vezes até cansar! Tampar e aguardar 30 minutos.
  • Macarrão com Berinjela: 1 cebola, 3 dentes de alho (azeite), 2 berinjelas, 1 colher de sopa de sal, 1 colher de sopa de açúcar, pimenta do reino, massa de tomate, carne cortada em tiras, macarrão rolinho (misturado a massa).

Queijos e saladas:

Brynza: queijo de Cabra (cru ou frito) preparado com orégano.
Armianca: salada de alface e tomate (em rodelas) com champignon; queijo de cabra, cenoura, beterraba em pedaços e berinjela frita (em tiras). Enfeitar com uvas-passa, raminhos de hortelã e pétalas de flores.

Bebidas:
  • Chivuisa: destilado à base de trigo (espécie de aguardente).
  • Sangria calon: vinho tinto, frutas (pedaços de abacaxi, maçã, laranja, uva etc.), água mineral e conhaque.
  • Sifrite francês: ponche de frutas com champanhe, vinho e/ou refrigerante. Enfeitar com pétalas de rosa.
  • Sifrite calon (ou Raulina): maracujá, aguardente, leite condensado, pau de canela, cravo da Índia, hortelã e açúcar. 
  • Tchaio-Kavi: chá feito com erva mate e pedaços das seguintes frutas: maçã (felicidade); uva fresca (prosperidade); uva passa ou ameixa (progresso); morango (amor); damasco (sensualidade); pêssego (equilíbrio pessoal) e limão (energia positiva e purificação da alma). Fazer o chá em água fervente e deixar amornar. Colocar as frutas maceradas, misturar bem, coar e beber.
  • Tai Ximbire Rimili: chá preto ou mate, aguardente, canela, cravo e hortelã.
  • Gingia: bebida típica dos Calon da Ilha da Madeira é uma bebida licorosa e muito saborosa. Em tributo ao meu “tetravô” João Gonçalves Zarco, vou ensinar o preparo: 1 k de gingia, 1 k de açúcar, 1 litro de aguardente e canela em casca. Lavar bem os frutos (que devem ser perfeitos) enxugá-las, cortar os pés ao meio no sentido do comprimento, sem os tirar; pô-las num recipiente de vidro de boca larga; despejar o açúcar por cima, a canela e a aguardente, até cobri-las... Deixar macerar por 6 semanas.

 Tortas e doces:

  • Civiaco tradicional: um queijo Minas, 500 gramas de passas sem caroço, 12 ovos. Misturar tudo em 1 litro de óleo de soja, com 150 gramas de margarina. Adicionar 1 k de farinha de trigo, 1 ovo, sal, açúcar, água (morna, quase quente), 3 colheres rasas de “Pó Royal”. Amassar bastante... Depois de 1 hora, cortar e abrir.
  • Libanitza: 500 gramas de farinha, 500 de “Maisena” 3 ovos, 250 gramas de margarina, leite, meio-queijo Minas grande, 4 litros de leite “C”, 4 ovos, 200 gramas de queijo ralado, 2 colheres de margarina, 1 xícara de chá de “Pó Royal”. Bater no liquidificador... Pré-aquecer o forno por 15 minutos... Levar ao forno por mais ou menos 1 hora. Polvilhar queijo ralado.
  • Cartuechas: banana da terra frita na manteiga, chocolate ralado, queijo de cabra e açúcar.
  • Varenyky: pastel cozido (podendo ser doce) recheado com uva, ou salgado (recheado com batata ou queijo de cabra).
  • Guipén: Doce de ameixa preta e leite condensado.

ATENÇÃO:

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Datas importantes: nascimento, casamento e morte

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Embora existindo atitudes diferenciadas entre os vários grupos, um fato é comum: nossa vida é mercada por três acontecimentos fundamentais e não como no calendário de 365 dias dos civilizados. Com algumas variações de grupo para grupo, estes acontecimentos são: o NASCIMENTO, o CASAMENTO, e a MORTE. Falarei em separado de cada um, desde já advertindo mais uma vez, que as diferenças também são significativas entre nômades, seminômades e sedentários, e que resumirei os três temas, pois cada um justificaria um ensaio à parte.

NASCIMENTO

Nós entendemos que cada criança que nasce traz para o mundo novos elementos do Universo e uma mensagem de paz para a humanidade. Também é sinal de continuidade e reforço do grupo. Por isso, a mulher grávida recebe um tratamento especial. O nascimento é motivo para uma festa com duração de até 5 dias, principalmente o do primeiro filho, pois representa a consolidação e a descendência de uma nova família nuclear. O pai ganha prestígio, autoridade, responsabilidade e privilégios, iguais aos de qualquer outro adulto casado, mesmo que seja muito velho.

O ciganinho ou ciganinha geralmente possuirá TRÊS nomes: 

PRIMEIRO: É o nome SECRETO, soprado pela mãe no ouvido do bebê na primeira mamada, chamada “dgdbao-kalibó” (leite negro) pelos ciganos Calon. Ele só será conhecido pela mãe. Servirá para preservá-lo das tentações dos demônios, dos entes e “duendes”, pois os maus espíritos para azucrinar as pessoas chamam pelo nome e a pessoa olha. A atenção e o olhar destroem as defesas. Assim os ciganos não olham e nem dão atenção, porque ignoram o seu primeiro nome. Este nome só lhe será revelado por ocasião do casamento. Só mãe e filho poderão sabê-lo; 

SEGUNDO: É o de BATISMO e será do conhecimento de todos. A criança poderá ser batizada em várias religiões, (pois cremos que o batizado trás sorte) apesar do RITUAL DOS NOMES ser o verdadeiro batismo cigano. Com o batismo começa a ser forjada a identidade cigana; nosso primeiro mistério e a relação diferenciada com o mundo dos não-ciganos. O ritual de batismo é muito especial, correspondendo ao ingresso da criança na sociedade: as avós e/ou tias tratam de BANHAR a criança num tacho ou bacia de cobre com uma infusão de ervas (alecrim, manjericão etc), tendo no fundo muitas jóias de ouro e moedas, para que seu futuro seja próspero, além de representar a riqueza da vida e a importância do bebê. Ele será apresentado à lua para que o tome como “madrinha”. Para o nosso povo, qualquer criança é um presente de Deus e, por isso, deve ser purificada assim que vem ao mundo. Nosso povo tem um inexcedível amor às crianças. Um casal cigano tem em média de 4 a 8 filhos; 

TERCEIRO: Confina-se a ser usado nos PAPÉIS LEGAIS e ao convívio com os não-ciganos. Em muitos grupos é comum a identificação através de um apelido. Para a mulher cigana, a maior infelicidade de sua vida é ser DY CHUCÔ (ventre seco), ou seja, estéril. Nascendo o primeiro filho, os esposos são considerados família autônoma e célula viva do grupo, especialmente o homem, que ganha prestígio, autoridade, responsabilidade e privilégios. Com a maternidade a mulher ocupa seu novo e verdadeiro espaço no grupo. A criança que nasce é também filho da família, do clã e da etnia. 
Nota: Antigamente a criança só cortava os cabelos aos oito anos. Quem cortava era o padrinho.

CASAMENTO

O cigano só é considerado um ROM de verdade, quando se CASA, tem FILHOS e constitui FAMÍLIA. A cigana (BURNIN, BUSNÉ) só será considerada realmente CASADA depois do nascimento do primeiro filho. 

O casamento é tão importante que é considerado um ponto de honra. Numa festa de casamento a alegria só é interrompida por um momento de tensão: o “rontamento”. Após a relação sexual, a noiva entrega às mulheres mais velhas da família do noivo, uma espécie de anágua ou o lençol manchado de sangue. Só então a tensão se desfaz e a festa continua. Não sendo virgem poderá ser repudiada pelo marido e pelo grupo. Muitas pessoas me perguntam: “E se não sangrar?” Nesse caso, uma “Phuri Dai” (cigana idosa, matriarca) será chamada para examinar a noiva. Ela dirá se a moça era virgem ou não. Como ela sabe, é um dos segredos do nosso povo.

A virgindade, considerada hoje um “tabu superado entre adolescentes não ciganas”, é mantida entre nossas moças por entenderem assim: “Só darei meu corpo a quem eu der a minha alma também”. Antes da crítica à atitude firme de nossas moças, ela deve ser vista com louvor diante da época tão corrompida de hoje, de uma sociedade tão permissiva e relaxa.

Ciganos casam-se cedo (hoje entre 14 e 16 anos) para preservar sua cultura e valores. Mas não são raros os casamentos de ciganas aos 10 anos de idade. Incentivamos o casamento entre os membros de nossa etnia, pelo fato da filosofia de vida entre um cigano e um não-cigano ser tão violentamente diferente, que seria difícil a união dar certo. 

Ao contrário do que muitos pensam a paixão e a sensualidade nem sempre estão presentes nos casamentos. O romantismo dá lugar a critérios mais objetivos, como por exemplo, a capacidade da futura noiva para ganhar dinheiro, ou a habilidade no noivo para os negócios. 

A mãe da noiva tem direito de opinar sobre a conveniência daquela união. Hoje os filhos também podem não aceitar (mas dificilmente o fazem), primeiro porque respeitam os mais velhos, segundo por acharem que o casamento é o maior presente que os pais poderão lhes dar, após ter-lhes dado a vida. 

O celibato é mal visto e, adultério, poligamia e homossexualismo são intolerados! Nem guerras, nem crises ou revoluções merecem mais atenção do que o casamento, aquilo que realmente altera a estrutura da família cigana - base de nossa própria organização social -. 

Por ser considerado tão importante, o casamento é um ritual complexo, que envolve uma preparação especial, podendo o noivado durar de alguns dias a meses. 

É verdade que existe o DOTE: ele é combinado entre os pais, podendo a negociação ser mediada por um barô (líder, chefe) e pago como compensação pela perda da filha, que passa a pertencer a família do marido, só voltando se enviuvar. Quanto maior for a beleza e as virtudes de uma cigana, maior será seu dote. 

Atualmente, o “dote” é simbólico, e os presentes dos noivos (geralmente dinheiro) são postos num tacho de cobre ou numa urna de barro (kufia). 

Em alguns clãs, após o casamento os noivos atiram uma taça, pote ou um prato no chão, supondo que o amor só acabará “quando os cacos se juntarem”. 

O casamento cigano ainda é um dos poucos indissolúveis que existem (são raras as separações) e as mulheres são extremamente fiéis e dedicadas aos respectivos maridos. Como já disse o adultério e a bigamia não são tolerados.

O abiel romanô (festa de casamento) dura em média 3 dias e começa com a armação de duas tendas, cada qual com uma bandeira em cima. O primeiro dia é dedicado à preparação das comidas; no segundo acontece uma reunião na tenda da noiva e a distribuição de flores para os noivos, começando pelos pais e estendendo-se aos demais convidados; no terceiro dia, acompanhado pelo pai e empunhando uma bandeira vermelha (que simboliza a honra), o noivo vai à tenda da noiva, onde entrará “forçando” a passagem. Lá dentro é convidado a beber com os pais dela, começando um diálogo preestabelecido. 

A certa altura do diálogo, a jovem será erguida acima da mesa e entregue a ele. As mãos de ambos serão unidas por um pano vermelho, ao mesmo tempo em que um ancião faz votos de felicidade e lhes entrega um pedaço de PÃO (simbolizando o corpo de Cristo) com SAL (para afastar os maus espíritos). 

Geralmente é um kaku ou uma phuri daí quem oficializa o casamento, muito embora os ciganos venham também optando pelo casamento católico. No final da festa a noiva retorna à casa dos pais, onde haverá outra festa mais íntima: ela receberá o DICRÔ (lenço de cabeça, símbolo da mulher cigana casada), significando que ela tornou-se uma BORI ou BORIA (nora, uma filha para a família do marido). Só então se mudará para a casa do marido e o casamento será consumado. 

A cerimônia é mercada pela fartura de comida, bebida, dança, música e alegria. O casamento objetiva a prole, de forma que a esterilidade é considerada uma maldição! 

NOTAS:

A cada dia ocorrem menos casamentos por prometimento. Mas se uma cigana foge com um homem que não pertence a comunidade, cigano ou não, ainda corre o risco de ser punida. Fugir tornou-se um recurso para evitar casamentos indesejados. A cigana fugitiva, será procurada por 2 dias e se encontrada, poderá ter seus cabelos raspados ou ser até morta. Quarenta e oito horas após a fuga poderão retornar e justificar-se perante seu povo. Terá de ter mantido a virgindade. Por uma dessas “fugas”, recentemente em Campinas (São Paulo), os pais de uma cigana tiveram que “indenizar” os pais do noivo pretendente a bagatela de 100 mil reais;

As datas dos casamentos são estabelecidas pelas mães e madrinhas que elegem, sempre, o período fértil, já que a procriação é idéia fixa nas famílias ciganas;

Em muitos grupos, a gestante, objeto diuturno de atenções, desvelos e projeções é preservada até de ver e de ouvir fatos desagradáveis (aleijões, notícias de morte, máscaras e fotografias feias, etc), pois acreditamos que influenciariam negativamente na gestação; 

Ela deve ficar cada vez mais bonita, gorda, viçosa, alegre, movimentada, feliz, dado que os ciganos têm como certo que a gestante partilha o seu corpo e sua alma para completar o corpo e a alma da futura criança;

Embora a Kris Romaí não participe do compromisso de casamento, mas reconhece-o como ato perfeito, caso exista uma separação entre os cônjuges, determinará quem fica com os filhos, e também a partilha de bens, que o marido separa e a esposa escolhe com as respectivas famílias. 

MORTE
Nosso povo não se deixa abater por lágrimas e tristezas, pois a ALEGRIA é nosso mandamento maior. Não encaramos a morte como os gadjôs. A morte é para nós um tema sagrado. No além, pátria eterna dos mortos, habitam aqueles ciganos que estão investidos de todo poder, e a eles é confiado o destino da comunidade. Os mortos são a ponte entre Deus e os homens; devem ser respeitados e cultuados. 

Apesar desta visão, na morte e no luto é que vemos mais vibrante o amor cigano pelos seus. Todos choram, gritam, lamentam, fazem discurso e elogios ao falecido, exaltando suas qualidades. Acendemos velas e contratamos um enterro digno. 

O corpo é velado por dois dias, quando então chamamos o “religioso” para encomendá-lo. Depois se queima seus pertences. Antigamente queimava-se até seu vurdon (carroça) e abatia-se seu cavalo. Se o morto é o marido, a mulher se descabela e dá gritos inenarráveis, parecendo o fim do mundo! Guardará o luto em definitivo, nunca mais tirando o dikrô da cabeça. 

Nos funerais pedimos pouco pelo descanso da alma; os ritos de enterro têm por finalidade apaziguar o defunto. Para nós, o pior é ser mal enterrado. Por este motivo, nos cemitérios, as sepulturas dos ciganos são as mais bonitas e as mais ornamentadas.

Dependendo do grupo, no terceiro ou nono dia acontece os rituais da POLMANA: uma reunião de família em torno de uma grande mesa, na qual três turmas de convidados se revezam. Na cabeceira da mesa senta-se alguém representando o falecido (em outros grupos a cadeira ficará vazia), vestido com a roupa que ele mais gostava, sendo referenciado por todos e servindo-se em primeiro lugar. Depois os homens são os primeiros a tomarem assento. 

À luz de 41 velas rezamos por seu espírito e comemos os pratos preferidos dele, num gesto que objetiva lhe dar “força” para a nova caminhada. O ritual de polmana é uma espécie de “missa” em que se pede perdão e misericórdia a Deus em nome do falecido. Após o almoço, juntamos os restos de comida e os depositamos sobre uma toalha aberta, na margem de um rio ou junto a uma cachoeira. 

Ato contínuo, uma cigana lança nas águas um barquinho com três pãezinhos ou rosquinhas de farinha de trigo, onde no meio terá uma vela acesa. Esta oferenda representa o sopro e a benção de Deus. Acreditamos que assim, o morto saciado de fome e de sede, se desprenda dos bens terrenos. O barquinho levará sua alma através das águas e a vela fará luz, afugentando os espíritos das trevas. 

Repetimos o ritual 40 dias depois, período em que acreditamos que ele ainda poderá está andando pelo mundo até perceber que morreu. Os mortos são dignamente respeitados e, em respeito a eles, daí em diante todos evitam pronunciar seu nome, principalmente à noite. 

Quando acontece de se falar sobre o morto, dizemos – aqui em Romani -: Thie Avel Hertô (Que Deus o salve e o guie). Alguns grupos repetem este ritual no sexto mês, no primeiro ano e, depois nos dias de finados. Somos reencarnacionistas e acreditamos que, “quem nasce cigano em uma vida será assim por todas as outras sucessivas”.

Celebramos também o aniversário de morte, porém no dia 1º de novembro, fazendo a festa de “Todos os Santos”, constituindo-se uma ocasião para uma reunião dos familiares.
Para ir para o céu, um cigano não deve ter blasfemado muito o nome de Deus e não deve ter matado ninguém.

Notas:

A POLMANA costuma ser descrita por nove entre dez ciganólogos como se fosse comum a todos os ciganos, quando na realidade se trata apenas de características culturais Kalderash, embora todos os outros grupos ciganos possuam ritos de “passagem”.

Quando se trata da morte de uma pessoa jovem, uma moça virgem ou de uma criança, soltamos também uma pomba branca no ritual da polmana, simbolizando a pureza;

As mulheres Calon, por ocasião do falecimento do marido, cortam o cabelo e vestem-se de luto. Muito raramente a viúva se casará outra vez. O tio materno assumirá e responderá pela família.

A cultura Kalderash, praticamente a única conhecida do grande público não-cigano é apenas uma das inúmeras sub-culturas ciganas hoje existentes em todo o mundo, cada uma das quais com características próprias, resultantes de histórias diferenciadas de convivência, quase nunca pacífica, com as mais diversas sociedades e culturas.

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O que significa a música para os ciganos


Dizem que a música é  a combinação harmoniosa e expressiva dos sons.
Para os ciganos, a Música é como o som dos ventos, é o cheiro do mato quando caminhamos nas estradas, é o toque do violão, é o deitar na grama quando precisamos descansar, alguns ainda dizem que ver os carros desaparecerem na imensidão da "rodagem."
Tudo aquilo que é produzido pelo cigano envolve sentimento. Envolvem os cinco sentidos. o cigano só faz aquilo que manda  a sua intuição, a sua alma, a vontade de Deus.
É inexplicável ver, ouvir, sentir, como o dom da música foi dado a um povo que permeia entre o analfabetismo e a inteligência, de forma que grande parte desse povo nunca foi a escola. muitos mal assinam o próprio nome e se orgulham disso.
O povo cigano, parece ter "raízes flutuantes", pois as carregam sua cultura em todos os lugares em que vão, sem ao menos ter bagagem.
Não importa a que grupo pertença o cigano, se é rom, calon, ou sintó. nem precisa ter ido a universidades, estes possuem a universidade da vida em seu sangue, em seu saber.
Muitos artistas conhecidos do meu cigano, ganham a vida tocando sua música, cantando ou dançando em praças, festas, teatros, em geral locais públicos, que tenham muita gente, pois daí vem o seu sustento.

atualmente os ciganos mais rotineiramente se apresentam nestes locais, alguns até em programas de televisão conhecidos, em emissoras campeãs de audiência. sempre propagando a cultura cigana através do seu trabalho.
Os ciganos do grupo rom possui inúmeros artistas em suas mais variadas tipificações musicais. um dos exempls é o chamado "violino de ouro" o cigano roraranô Mio vacite e o seu grupo encanto cigano, outro exemplo seria o cigano "rom lovari Ruiter Durdevitch e seu grupo leshae" entre outros.
Os ciganos do grupo calon possuem também suas preciosidades artísticas, que com os mesmos dons musicais magníficos nos agraciam com um música de excelente qualidade. A dupla Yago e Santiago arrasam no violão com uma voz que mais parecem passarinhos ao pé de nossa janela ao amanhecer do dia.

A música é um dom de Deus dado ao cigano como forma a afastar suas tristezas trazendo alegria aos seus ouvintes, encantando-nos de forma a convidarmos a celebrar a vida, o nascimento e a morte.

Em face disso é comum para os ciganos cantar e beber "o morto" durante ou até acompanhando o velório do ente querido ao "sagrado" (cemitério).

Infelizmente, isso é muitas vezes repudiado pelos não ciganos por falta de conhecimento. que pensam que os ciganos com essa atitude não se importam com o falecido.
Mas na verdade não é isso que acontece.

Os ciganos são tão sentimentais e emotivos que a música expressa o sofrimento através do seu som, e não com palavras ou gestos. a perda do ente querido é algo que não se pode ou consegue mensurar, tamanha é a perda.

è essa uma das razões pelas quais os ciganos bebem, cantam, e tocam instrumentos enquanto caminham acompanhando o seu ente querido pela ultima vez até sua morada final.

Acredita-se que como uma atitude de se despedir desse amigo de longas datas, que muitas vezes foram nascidos e criados juntos, tocar cantar e beber é para os ciganos um último gesto de amor, respeito e fraternidade para com o ente querido.

A sociedade pouco sabe sobre os ciganos, mas a verdade é que essas pessoas em muito contribuem com sua cultura, através do seu trabalho em praças, ruas, bares etc. muitas vezes são constrangidos, como se o músico não tivesse uma profissão.

Essa atitude é tida como dicriminação cultural, e é punível conforme a lei expressa.


Fontes de pesquisas:

Site oficial da OMB - http://www.ombmg.org.br/
Lei 3.857/60 - http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L3857.htm
Código de ética dos músicos -




As línguas ciganas


Conheça os 30 idiomas mais falados do mundo


As línguas ciganas foram criadas pelos próprios ciganos com a Finalidade de se "defender" da discriminação por parte da sociedade. podendo enfim se comunicar sem que sejam compreendidos pelos nao ciganos.

A importância da língua cigana e tão grande para a comunidade que é também um fator determinante no auto reconhecimento entre os familiares, que o fazem através da oralidade.

Possuímos três principais grupos étnicos entre os ciganos: rons, calons e sintos. Sendo os dois primeiros os mais numerosos no Brasil.

1.Os rons

Os rons é um grupo muito numeroso, possuem muitos subgrupos, e até subgrupos de subgrupos e cada um possui sua língua e suas características culturais próprias de origem.

As línguas dos rons chamam-se romanês, e dentro delas ha uma enorme variedade. Estima-se haver em torno de 19 tipos de línguas faladas ao redor do mundo ou mais nos dias atuais.

Tal sub divisão da língua romanes demonstra uma pluralidade linguística na diversidade étnico cultural dos mais diversos grupos ciganos. Vejamos o Exemplo: romanês vlax ou kaldarash, romanês matchuano, romanês rorarano, lovari, rudari, etc.

Se faz mister esclarecer que a língua cigana na palavra "romanês" está sendo pronunciada no plural, na forma feminina a terminação correta da pronúncia é romani e na forma masculina romanô.

Ressalta-se que mesmo sendo de um grupo ha certa dificuldade de entendimento entre os ciganos dos subgrupos rons, devido a acentuada pluralidade linguística. Dai a importância da identificação através da oralidade cultural.

2. Calons

Os calons embora pertençam a duas descendências distintas: Portugal e Espanha, no Brasil falam apenas uma língua conhecida por "CHIB" e essa também possuem suas variações dentro do território Brasileiro, bem como os ciganos que moram fora do país que pertençam a etnia calon que denominam a sua língua de CALÓ/CALÉ.

Durante o processo de identificação familiar, os calons definem as suas origem como se às dividissem por regiões, por exemplo: calen alagoanos, calen do sul, calen do nordeste, calen do rio grande, etc.

A chib, é o seu ouro mais precioso, e algo que eles não dividem com os não ciganos sobre quaisquer hipótese. 

Alguns pesquisadores, historiadores, antropólogos, entre outros. Após adentrarem as comunidades com finalidade de pesquisas, cogitaram a possibilidade de ensinar a língua em escolas e ou universidades, o que não é aceito pelas lideranças das comunidades ciganas.

Os pesquisadores, afirmam tratar-se de resgate cultural o que tornou-se inaceitável pelas famílias ciganas que aceitam a hipótese apenas dentro da comunidade, fora dela retiraria a defesa dos ciganos, e acabaria com o que ainda resta da cultura, afirmam estes.

Essa identificação familiar linguística se da quando os ciganos independente do grupo (rom, calon ou sintó) a que pertençam, Se identificam através da língua, sempre perguntando um ao outro a que família pertencem, identificando inicialmente a figura paterna como por exemplo o pai, avô ou irmão, uma vez q sua cultura e patriarcal.

Tal identificação patriarcal e tão forte e importante que dispensa-se em um primeiro momento quem é a mãe, mesmo essa não sendo cigana, a não ser que essa seja filha de algum cigano mais conhecido voltando a ser novamente aceita através do homem da família. 

A língua ao contrario do que pensam os não ciganos é ágrafa e passada de pai para filho, de mãe para filha através da tradição cigana desde muito pequenos. Comum se ver um bebe cigano que muito antes de dar seus primeiros passos, conseguem entender a língua cigana mesmo sem saber pronunciar uma única palavra. 

Esse "magnifico" entendimento se dá mesmo na sua tenra idade, que o faz compreender o significado das palavras dos seus pais com tamanha facilidade.


Esse artigo é de minha autoria, construído na data de sua publicação. Seja justo. se necessitar copiar algo, credite os direitos autorais.

Hino cigano

Criado em 1971, em Londres, durante o “I Congresso Mundial Romani”, com delegados de catorze países.  o hino nacional dos ciganos foi aprovado. “DGELEM, DGELEM” é uma adaptação feita em uma canção popular cigana dos países europeus, com versos inspirados nos ciganos que foram reclusos nos campos de concentração durante a II Guerra Mundial, de autoria do Rom yugoslavo Jarko Jovanovic A letra, aqui traduzida do Romani para o português é do cigano Lovarir Seronia Vishnevsky: 

H I N O CIGANO


Dgelem, Dgelem lungone dromentsa 


(Caminhei, caminhei longas estradas) 

Maladjilem bhartalé romentsa 
(Encontrei-me com romá de sorte) 

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) 
(Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos) 

Naís tumengue shavale 

(Obrigado rapazes ciganos) 

Patshiv dan man romale 
(Pela festa louvor que me dão) 

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) 
(Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos) 

Vi mande sas romni ay shukar shavê
(Eu também tive mulher e filhos bonitos) 
Mudarde mura família (Mataram minha família) 

Lê katany ande kale 
(Os soldados de uniforme preto) 

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) 
(Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos)

Shinde muro ilô 
(Cortaram meu coração) 

Pagerde mury luma 
(Destruíram meu mundo)

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)
(Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos) 

Opré Romá 
(Pra cima Romá )

Aven putras nevo dromoro 
(Avante vamos abrir novos caminhos) 

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) 
(Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos!!!)


Significado de símbolos, Amuletos e talimas.



                            Geração Vampírica |

Os ciganos acreditam que tudo tem um significado, inclusive os símbolos que usamos. 

Os Símbolos, amuletos, e talismãs são objetos de proteção, de força, ao qual se atribui um poder místico que estão ligados com sua forma e a simbologia que os mesmo representam, O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, o âmbar, o ônix, o abalone, a concha marinha (Vieira), o hipocampo (cavalo-marinho), a coruja (mocho), o cavalo, o cachorro, o galo e o lobo são símbolos sagrados para o Povo Cigano. 

A verbena, a sálvia, o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados nas abluções do dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível e absolutamente mágica, conferindo grandes poderes. 

vejamos os significados dos símbolos a seguir.


  • ÂNCORA- Simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro, e para se livrar de perdas materiais.
  • CHAVE - Simboliza as soluções. É usado para atrair boas soluções de problemas. este símbolo quando trabalhado no fogo costuma atrair sucesso e riquezas.
  • CORUJA - Simboliza "o ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver à totalidade: o consciente e o inconsciente.
  • ESTRELA DE 5 PONTAS -Pentagrama (estrela de 5 pontas) simboliza o Homem Integral (de braços e pernas abetos) interagindo em perfeita harmonia com a plenitude da existência. Simboliza evolução. É usado para proteção, além de estar associada à intuição, sorte e êxito. A estrela representa o domínio dos cincos sentidos. Também conhecida como o Pentagrama.
  • ESTRELA DE 6 PONTAS - Simboliza proteção. É usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Também conhecida como Estrela Cigana e Estrela de David. A Estrela Cigana é o símbolo dos grandes chefes ciganos. Possui seis pontas, formando dois triângulos iguais, que indicam a igualdade entre o que está à cima e o que está a baixo. Representa sucesso e evolução interior.
  • FERRADURA -Simboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como um poderoso talismã, que atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte.
  • LUA - Simboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas, para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo atentando sempre as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia.
  • MOEDA - Simboliza proteção e prosperidade. É usado contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que é representada pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.
  • PUNHAL - Simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.
  • RODA - O grande símbolo geométrico do Povo Cigano é o Círculo Raiado (representando a roda da carroça que gira pelas estradas da vida) provando a não linearidade do tempo e do espaço. simboliza a Samsara, representando o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento, e é usado para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio. É o grande símbolo cigano, e é representado pela roda dos vurdón que gira. Samsara (sânscrito) - Literalmente significa "viajando". O ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance da liberação.Vurdón (romanês ou romani - dialeto cigano) - Significa "carroção".
  • TAÇA - Simboliza união e receptividade, pois qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.
  • TREVO - É o símbolo mais tradicional de boa sorte. Trevo de quatro folhas: traz felicidade e fortuna. Quando se encontra um trevo de quatro folhas na natureza, podem-se esperar sempre boas notícias. O maior axioma do Povo Cigano diz simplesmente: "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza".

Os Sete Preceitos Ciganos

                Caminhando Com Os Orixas: Os 7 preceitos Ciganos

Os ciganos possuem uma filosofia de vida, e com ele 7 princípios básicos que os norteiam em tudo o que fazem.Talvez seja esse o motivo pelo qual possuem tanta intuição em sua vida e com isso tornaram-se esse povo mistico maravilhoso.

os preceitos ciganos norteiam suas ações e moldam o caráter cultural dentro da família cigana facilitando a convivência e moldando o respeito entre eles. e como nãao dizer onde eles chegam. são eles: 
 
FELICIDADE - Um campo aberto, um luar, um violão, uma fogueira, o canto do sabiá e a magia de uma cigana. 
ORGULHO- É saber que nunca participamos de guerras e nunca nos armaremos para matar nossos semelhantes. Somos os menestréis da paz. 
AMOR - Amar é vivermos em comunidade, é repartir o pão, nossas alegrias e até nossas aflições. 
LEALDADE - É não abandonar nossos irmãos quando precisam. É nunca negar o ombro amigo, a mão forte e o incentivo à vida. 
RIQUEZA - É termos o suficiente para seguirmos pela estrada da vida. 
NOBREZA - É fazermos da humilhação um incentivo ao perdão. 
HUMILDADE - É não importar-se em ser súdito ou nobre, importar-se apenas em saber servir.