As línguas ciganas foram criadas pelos próprios ciganos com a Finalidade de se "defender" da discriminação por parte da sociedade. podendo enfim se comunicar sem que sejam compreendidos pelos nao ciganos.
A importância da língua cigana e tão grande para a comunidade que é também um fator determinante no auto reconhecimento entre os familiares, que o fazem através da oralidade.
Possuímos três principais grupos étnicos entre os ciganos: rons, calons e sintos. Sendo os dois primeiros os mais numerosos no Brasil.
1.Os rons
Os rons é um grupo muito numeroso, possuem muitos subgrupos, e até subgrupos de subgrupos e cada um possui sua língua e suas características culturais próprias de origem.
As línguas dos rons chamam-se romanês, e dentro delas ha uma enorme variedade. Estima-se haver em torno de 19 tipos de línguas faladas ao redor do mundo ou mais nos dias atuais.
Tal sub divisão da língua romanes demonstra uma pluralidade linguística na diversidade étnico cultural dos mais diversos grupos ciganos. Vejamos o Exemplo: romanês vlax ou kaldarash, romanês matchuano, romanês rorarano, lovari, rudari, etc.
Se faz mister esclarecer que a língua cigana na palavra "romanês" está sendo pronunciada no plural, na forma feminina a terminação correta da pronúncia é romani e na forma masculina romanô.
Ressalta-se que mesmo sendo de um grupo ha certa dificuldade de entendimento entre os ciganos dos subgrupos rons, devido a acentuada pluralidade linguística. Dai a importância da identificação através da oralidade cultural.
2. Calons
Os calons embora pertençam a duas descendências distintas: Portugal e Espanha, no Brasil falam apenas uma língua conhecida por "CHIB" e essa também possuem suas variações dentro do território Brasileiro, bem como os ciganos que moram fora do país que pertençam a etnia calon que denominam a sua língua de CALÓ/CALÉ.
Durante o processo de identificação familiar, os calons definem as suas origem como se às dividissem por regiões, por exemplo: calen alagoanos, calen do sul, calen do nordeste, calen do rio grande, etc.
A chib, é o seu ouro mais precioso, e algo que eles não dividem com os não ciganos sobre quaisquer hipótese.
Alguns pesquisadores, historiadores, antropólogos, entre outros. Após adentrarem as comunidades com finalidade de pesquisas, cogitaram a possibilidade de ensinar a língua em escolas e ou universidades, o que não é aceito pelas lideranças das comunidades ciganas.
Os pesquisadores, afirmam tratar-se de resgate cultural o que tornou-se inaceitável pelas famílias ciganas que aceitam a hipótese apenas dentro da comunidade, fora dela retiraria a defesa dos ciganos, e acabaria com o que ainda resta da cultura, afirmam estes.
Essa identificação familiar linguística se da quando os ciganos independente do grupo (rom, calon ou sintó) a que pertençam, Se identificam através da língua, sempre perguntando um ao outro a que família pertencem, identificando inicialmente a figura paterna como por exemplo o pai, avô ou irmão, uma vez q sua cultura e patriarcal.
Tal identificação patriarcal e tão forte e importante que dispensa-se em um primeiro momento quem é a mãe, mesmo essa não sendo cigana, a não ser que essa seja filha de algum cigano mais conhecido voltando a ser novamente aceita através do homem da família.
A língua ao contrario do que pensam os não ciganos é ágrafa e passada de pai para filho, de mãe para filha através da tradição cigana desde muito pequenos. Comum se ver um bebe cigano que muito antes de dar seus primeiros passos, conseguem entender a língua cigana mesmo sem saber pronunciar uma única palavra.
Esse "magnifico" entendimento se dá mesmo na sua tenra idade, que o faz compreender o significado das palavras dos seus pais com tamanha facilidade.
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